CONFERÊNCIA DA DEUSA EM AVALON E A LUA CHEIA DE LEÃO-AQUÁRIO

CONFERÊNCIA DA DEUSA EM AVALON E A LUA CHEIA DE LEÃO-AQUÁRIO

Dia 13 Agosto o sol e a lua defrontam-se nos 21 graus de Leão e de Aquário, respectivamente. O signo da individuação (Leão) e o da Fraternidade Universal propõem-nos neste frente a frente, a resolução individual deste aparente (ou não) paradoxo: quanto mais sabemos quem somos, quanto mais criativos (= fiéis ao nosso destino, manifestando o nosso potencial e expandindo a nossa consciência) mais capazes estamos de servir o colectivo, sem nos perdermos ou alienarmos nele. Esta Lua cheia dá-nos a oportunidade de tomar consciência e de trabalhar a integração de ambas as energias – em vez de as colocarmos em conflito mútuo (como infelizmente o mundo também testemunha). Leão é lúdico, real, radiante, cálido, dramático e intenso; Em Leão, olhamos para a Terra e criamos. Aquário é o reino dos conceitos abstractos, da mente intuitiva, da consciência dos movimentos sociais. Em Aquário, olhamos para as estrelas e sonhamos… E a Era de Aquário avança, devagar no movimento pendular de duas eras em “colisão” aparente, onde os avanços e recuos serão inevitáveis. A espiritualidade da Deusa, ou a emergência do Divino Feminino http://www.goddessconference.com/index.php?option=com_content&view=article&id=67&Itemid=70 na qual nos embebemos em Avalon, constitui a meu ver, um movimento fundamental na integração da polaridade reprimida nos últimos milénios, nas civilizações humanas em geral.


Reciclar o que foi positivo nestes milénios, transformar o que tem sido (altamente) destrutivo, para ser alcançada uma nova síntese, uma nova sabedoria, uma nova humanidade. Sendo Aquário um signo de polaridade yang, e uma Era ser de cerca de 2.000 anos, não me parece que possamos correr uma vez mais o risco de tentar repolarizar neste ou naquele pólo, nesta ou naquela forma de ver o mundo, contra aquela outra: as palavras chave, repito, são individuação Leão) e fraternidade (Aquário). Também já não é tempo de continuar a clamar pelas chagas não curadas; é tempo de dar o melhor que cada pessoa, movimento, instituição, nação, grupo, empresa, podem dar. Podemos escolher continuar a gastar energia apenas clamando contra o “demoníaco” patriarcado (em todos os tempos, as religiões e os movimentos tiveram os seus demónios para lutar contra, todos com as suas razões: judeus contra romanos, árabes contra cristãos, católicos contra o chamado paganismo, etc, etc). Ou podemos começar a denunciar o “patriarcado” também dentro de nós mesmos: no nazi interno que julga, critica e destrói, no radical cuja única lógica é do “vencedor-vencido”, no equívoco do uso da lógica para esgrimir argumentos (ou mandar bombas) a quem não é por nós. A extraordinária pioneira Zsuzsanna Budapest disse que a religião é a mais elevada política (que o digam todos os grandes avatares e mestres espirituais, assim como todos os seus seguidores, que pagaram os preços pelo ideal de serviço).


Não precisamos de novas ideologias – temos tantas e tão ricas, ao longo de tantos milénios de história humana – mas precisamos de as colocar em prática! Necessitamos de maior crescimento emocional, maior compromisso com a expansão da consciência (que não se faz sem enfrentar os condicionamentos/ignorância do ego e da ilusão da limitação do espaço-tempo que captamos pelos 5 sentidos). Estamos no caótico e desafiador momento do final da era patriarcal que rapidamente degenera, e no começo de um novo ciclo; somos chamados a tornar-nos parte consciente da evolução na e da Terra. Nesta nova era geológica, a humanidade que foi a guardiã-Noé da natureza neste laneta (que belo trabalho fizemos...) tem o poder de trazer a destruição ou o renascimento.


Como podemos manter o melhor do passado e uni-lo com uma nova mentalidade? Com novas soluções e modos de transformar os nossos sistemas? A revolução que – make no mistake! –vem aí, pode e deve ser pacifica; caso contrário, estaremos a re-criar as mesmíssimas coisas que dizemos que precisam acabar.

Com a energia Aquariana, o Individuo torna-se Universal –o Homo sapiens sapiens torna-se Homo Universalis e cada um de nós reencontra a nossa natureza arquetípica. Os que se trabalham para se tornarem conscientes são o protótipo do novo ser humano, o que irá florescer na próxima grande idade. Nesta Lua Cheia, com as tensões entre Marte, Plutão e Saturno, esperamos grandes tensões e acontecimentos inesperados. À maneira de Leão, precisamos vestir os atavios da heroína/herói em nós – e cada um de nós saberá o que precisa – e fluir com a Maré em mudança. Quando nos abrimos conscientemente ao Divino, os mundos espirituais respondem pela lei da acção recíproca. Quando nos abrimos ao nosso mais elevado destino e potencial, inspiramos as vibrações da energia cósmica vigente e uma Nova Visão da Vida nos fecunda.

Somos os ancestrais do futuro, os avós da era de Aquário. Aquário o Aguadeiro: as águas da matéria psíquica do Inconsciente colectivo, o mundo da Alma.


As Águas da Vida  que nos ensinam/preenchem com os padrões arquetípicos do novo ser humano, aquele que construirá um novo paradigma, síntese do melhor do passado, com a nova sensibilidade, visão e fraternidade. A Conferência da Deusa Avalon 2011 inspirou-se nas Mães de Água: o azul-marinho oceânico da memória, da sensibilidade e emoções.




Não há verdadeira espiritualidade sem trabalharmos o nosso mundo interno, emocional, instintivo. Na Conferencia da Deusa, fomos iniciadas nas águas de memórias sanadoras, águas antiquíssimas em que navegámos pelo rio monádico da Vida eterna e onde resgatámos as nossas Almas de sacerdotisas.


Esta Lua cheia está conjunta a Vénus que adiciona beleza, sabedoria e Amor, à proposta cósmica. Ela recorda-nos que os nossos corações sabem mais do que as nossas cabeças: reclamar o poder do coração que conhece os desígnios e as bênçãos da Vida. Se queremos paz e solidariedade, temos que as encontrar/nutrir primeiro dentro de nós; se queremos liberdade, temos primeiro que nos libertar do que dentro de nós mesmos nos escraviza. Só o que conquistamos dentro, pode ser trazido para o “entre nós”. Atraímos fora o que levamos dentro. Mantenhamos a nova Visão para a nossa vida, e para a vida colectiva; mantenhamos a nossa integridade e firmeza, até que a visão se enraíze desde a Alma.É tempo de nos religarmos aos ciclos da natureza-terra; de re-criar rituais com um novo sentido e poder alquímico, que nos santificam e nos ajudam a Ser com graça e Verdade.

Em Avalon, foi-nos passada a pela da mãe-salmão, que simboliza a coragem de remar contra as marés do velho/caduco/moribundo:


Foi um momento maravilhoso, conectar com o símbolo dessa coragem. Cantámos, dançámos, celebrámos, meditámos, escutámos, proclamámos, partilhámos, nadámos, aprendemos e nutrimo-nos em todo o Ser. Despimos a pele de foca e fomos a Dama-Selky, aquela que dança na praia nas noites de lua cheia. E fizemos talismãs para nos recordarmos de voltar à vida da Alma, sobretudo nos momentos em que nos sentirmos mais secas e vazias.. perder a pele tem um elevado preço para a Dama-Selky do mar.
Neptuno o rei dos oceanos, move-se uma ultima vez para Aquário, em Agosto, onde ficará (pela última vez neste século) até dia 3 Fevereiro. O planeta da Visão espiritual no signo da fraternidade humana recorda-nos que temos uma muito antiga tradição de trabalharmos em comunidade para o bem-estar espiritual da humanidade; tal é o legado das antigas tradições matriarcais. Precisamos que cada vez mais de nós recordem a unidade que somos. A Conferência da Deusa brindou-nos com as propostas das antigas tradições celtas que a extraordinária pioneira Kathy Jones, sacerdotisa de Avalon e da Deusa, redescobriu e trabalhou nos últimos 30 anos. Gratidão profunda a ela!


Com algumas das irmãs de Portugal e Espanha: Isabel, Antonela, Luiza, eu e Jana. Maravilhosa e fecunda partilha, que continua agora em cada um dos nossos países, nos nosso círculos de mulheres que trabalham durante todo o ano e que acenderam já a Chama da Espiritualidade do Divino Feminino, dentro de si mesmas e nas redes de que fazem parte. 



A grande cruz cósmica está reactivada, com Marte em Caranguejo em quadratura a Úrano em Carneiro, oposto a Plutão em Capricórnio e em quadratura a Saturno em Balança!! Uma bomba relógio cósmica, é o que estamos a viver. Evolução e revolução. Possamos viver esta Lua Cheia de Leão com candura de coração, esperança lúcida, disponibilidade interior, expressão genuína e ousada da nossa luz e potencial criativos, desejo de servir com os nossos dons e talentos. Que a Luz, o Amor e o Poder de uma nova Era mais fraterna e solidária restabeleçam o plano sobre a Terra!